domingo, 28 de dezembro de 2008

Eckhart Tolle -


Eckhart tolle nasceu na Alemanha, onde viveu até aos treze anos. Licenciou-se pela Universidade de Londres e trabalhou como investigador na Universidade de Cambridge. Aos vinte e nove anos,uma profunda transformação espiritual mudou radicalmente a sua vida. Nos anos que se seguiram dedicou-se a compreender, integrar e aprofundar essa transformação, que marcou o início de uma intensa caminhada interior. Nos ultimos anos tem trabalhado como conselheiro e mestre espiritual a título particular e com pequenos grupos, tanto na Europa como nos Estados Unidos. Vive em Vancouver, no Canada desde 1996.

Eckhart Tolle - O Novo Mundo

O EGO PATOLÓGICO

Num sentido mais abrangente da palavra, o ego é patalógico, independentemente da forma que assume. Quando pesquisamos no grego antigo a raiz da palavra «patalógico», descobrimos que este termo é relativamente apropiado quando aplicado ao ego. Apesar de a palavra ser normalmente usada para descrever um estado de doença, deriva de "pathos", que significa sofrimento. Foi precisamente isto que Buda descobriu há 2600 anos como sendo uma característica da condição humana.
Contudo, uma pessoa dominada pelo ego não reconhece o sofrimento como tal, considerando-o a unica resposta adequada a qualquer situação. Na sua cegueira, o ego é incapaz de ver o sofrimento que inflige a si própio e aos outros. A infelicidade é uma doença criada pelo ego a nível mental e emocional e que atinguiu proporções epidémicas. É o equivalente interior à poluição ambiental do nosso planeta. Os estados negativos, como a ira, a ansiedade, o ódio, a mágoa, a insatisfação, a inveja, o ciúme, etc. não são reconhecidos como negativos, mas com totalmente justificados. A interpretação errónea vai mais além, pois considera-se que estes estados são causados por outra pessoa ou por qualquer factor externo, e não por nós mesmos.« Esta pessoa/situação é responsável pelo meu sofrimento.» É isto que o ego esta a dizer implicitamente.
O ego não é capaz de distinguir uma situação da sua interpretação e da reacção que provaca. Podemos dizer: « QUE DIA HORRÍVEL», sem nos apercebermos de que o frio, o vento, a chuva ou a condição a que reagimos não são horríveis. São o que são. O que é horrível é a nossa reacção, a nossa resistência interior a eles e a emoções criadas por esta resistência. Citando Shaskespere: «NÃO EXISTE O BOM OU O MAU; É O PENSAMENTO QUE O FAZ ASSIM» Além disso, o sofrimento ou a negatividade são geralmente mal interpretados pelo ego como fontes de prazer, pois em certa medida, o ego fortalece-se através deles.

DO LIVRO "UM NOVO MUNDO" DE EKHART TOLLE

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

A apologia de Sócrates


Sócrates começa a sua defesa advertindo que dirá unicamente a verdade e, ao mesmo tempo, afirmando que seus acusadores nada disseram de verdadeiro, embora tenham sido tão convincentes, que quase fizeram o próprio Sócrates crer que era culpado pelo que não fez. Demarca-se aqui a contraposição entre a sofística e a filosofia: Sócrates, representante maior desta na obra platônica, alega que, apesar de não ter a experiência de falar em tribunais e não dominar a retórica própria deste ambiente, pronunciará exclusivamente a verdade, sua preocupação como filósofo; seus denunciadores, ao contrário, não teriam compromisso com ela, mas apenas com a persuasão, com o uso da retórica para obtenção de seus interesses. O filósofo resgata as acusações que pesam sobre ele, desde as mais antigas, que não faziam parte do processo, mas poderiam influenciar a decisão dos juízes, até as mais recentes e oficiais. As denúncias que pesam contra Sócrates são a de não reconhecer os deuses que o Estado reconhece, de introduzir novos cultos, e, também, de corromper a juventude, pelo que receberia pena capital, caso fosse julgado culpado.
E pronuncia um discurso elogioso sobre a morte, destacando o desconhecimento que o homem tem de sua real natureza, e elencando as duas hipóteses: a da morte ser um sonho eterno e uma ausência de sentidos ou simples passagem para um outro mundo, regozijando-se com ambas.

E termina, afetando a necessidade de encurtar a sua defesa torpe: "Mas já é hora de nos retirarmos, eu, para morrer, e vocês para viverem. Entre vocês e eu, quem está melhor? Isso é o que ninguém sabe, exceto Zeus."